História


Tudo começou em junho de 1949 quando o Frei Tadeu Prost-OFM foi aos E.U.A e em uma visita feita ao Mosteiro das Clarissas, na cidade de Cleveland - Ohio, expôs o motivo de sua viagem: "Convidar algumas missionárias franciscanas à sua Missão" e nessa intenção pediu orações. Regressando ao Brasil, Frei Tadeu soubera que Dom Anselmo Pietrulla, bispo de Santarém - PA, fora transferido para a diocese de Campina Grande, recentemente criada. Depois, em uma conversa, falou de sua viagem aos E.U.A. a Dom Anselmo que ficou entusiasmado, uma vez que estimava a vida contemplativa. Em agosto do mesmo ano, chega as clarissas uma carta-consulta de Frei Tadeu, pedindo resposta urgente. A Comunidade é convocada, pede o parecer através de voto secreto e a maioria das Irmãs mostram-se favoráveis à fundação restando a decisão final à Abadessa, Madre Inês.

Muitas irmãs rezavam para ser uma das Missionárias. Era necessário consultar Dom Edwarde Heban, bispo diocesano. O que ele diria? A princípio mostrara-se contrário a uma fundação fora dos Estados Unidos, mas a obra era de Deus e no tempo certo a licença foi concedida. Após uma novena ao Menino Jesus de Praga, Madre Inês fez a escolha definitiva das Irmãs. A comunidade ficara assim constituída: Abadessa, Irmã Maria Patrícia e as Irmãs: Maria Luisa (vigária), Maria Cecília, Maria Agnela, Maria Gabriela, Maria Clara, Maria Helena. Só mais tarde, em 1954, Irmã Teresinha juntou-se ao grupo.

Ao tomar posse da Diocese, Dom Anselmo escreveu à Madre Inês, pedindo que preparasse as Irmãs destinadas à Fundação. Já dispondo de um terreno, o bispo pediu ajuda apenas para o desenho da planta do mosteiro e pediu que as irmãs não viessem antes que este fosse terminado.

No dia 19 de março de 1950, festa de São José, foi lançada a pedra fundamental. As fotos da construção foram enviadas às irmãs em abril e estas esperavam que ficasse pronto em agosto. Devido as dificuldades da comunicação, por causa da língua, ficou decidido que duas Irmãs viriam ajudar na orientação da construção e a escolha recaiu nas Irmãs Maria Patrícia e Maria Gabriela que partiram a 31 de agosto. No dia 11 de setembro chegam em Campina Grande, sem serem esperadas, apenas com uma carta de recomendação em mãos. O senhor Hilário Ferreira as deixa com as Irmãs Vicentinas, que as conduz ao Colégio Imaculada Conceição, onde a Madre Roberta e sua comunidade as esperavam com a mais calorosa e cordial recepção.

Fachada do Mosteiro de Santa Clara _-_ Campina Grande-PB
Na manhã seguinte, visitaram Dom Anselmo e sua acolhida muito as consolou e amenizou os contratempos da viagem. Caberia agora às Irmãs, supervisionar a construção e se acostumar com o bairro pouco habitado. Aos 24 de setembro, as outras fundadoras deixaram o Mosteiro de Cleveland e vieram para Campina Grande. Em seguida, a Comunidade começou a seguir um horário, conforme as circunstâncias permitiam, no Colégio das Damas, onde ficaram hospedadas durante quatro meses. As Damas são contadas no número dos maiores benfeitores das Clarissas e ocupam lugar especial em seus corações e em suas preces.
A inauguração do Mosteiro foi marcada no dia da Proclamação do Dogma da Assunção (01 de novembro), o que não foi possível. Novamente esperavam cantar a Missa do Galo na nova Capela, porém a construção não ficou pronta, mas finalmente, a 31 de dezembro, isso foi possível. Poucas fundações podem gloriar-se de um bispo tão zeloso e dedicado como D. Anselmo. Ele, à frente dos trabalhos, conseguiu que o mosteiro ficasse pronto em apenas 9 meses.

No dia 31 de dezembro de 1950, às 17h o Santíssimo Sacramento é levado em procissão pelas ruas da cidade e a convite de Dom Anselmo compareceram sacerdotes, o prefeito da cidade Sr. Elpídio de Almeida e uma multidão de fiéis. A um sinal de Dom Anselmo as Clarissas se colocaram à frente dirigindo-se ao mosteiro seguidas pelo clero, o povo e seis alunas do Colégio da Imaculada Conceição. Foi erguido um altar e o Bispo deu a bênção Eucarística e o Santíssimo foi exposto na Capela. Após a bênção papal, encerrou-se a cerimônia.

A eletricidade foi estendida até o Mosteiro, dois dias antes da inauguração, graças a generosidade do Prefeito a pedido de Didita Venâncio. Durante 10 meses as irmãs conservaram o SS. Sacramento exposto na clausura, onde era celebrada a Santa Missa. Era necessário, porém, providenciar uma capela. Decidem transformar o Coro em Capela, dando oportunidade ao povo de participar das cerimônias religiosas. Aos 14 de outubro a Missa Solene foi celebrada por Frei Pedro com a homilia feita por Dom Anselmo e o coral do Seminário de Ipuarana cantou a quatro vozes.

Por sugestão e orientação de Dom Anselmo, a Madre, de acordo, com a Comunidade, redigiu um pedido de transferência da jurisdição do Ordinário do lugar para a Ordem dos Frades Menores que, assinado por ele, foi encaminhado a Roma a fim de receber a aprovação do Ministro Geral Frei Pacífico Peretoni. Este pedido foi aprovado pela Ordem e pela Santa Sé, aos 5 de março e 3 de abril, respectivamente.

O bispo fez a entrega do Documento e colocou as Irmãs sob os cuidados dos Frades, reservando para si as dívidas, quer dizer: a Diocese ficaria responsável pelo pagamento das dívidas contraídas. Dom Anselmo se desdobrou, pregando retiros, fazendo conferências, para conseguir o pagamento das mesmas. O Ministro Provincial, Frei Vicente Senge, delegou oficialmente Frei Pedro Westerman como superior das Clarissas, transmitindo-lhe todos os poderes. A recepção oficial na Província de Santo Antônio deu-se por ocasião de uma visita dos Frades: Floriano, Flaviano e Vital quando estávamos no Colégio Imaculada Conceição. Frei Leopoldo, capelão do Colégio, fez tudo para que nos sentíssemos em família e mais tarde ele foi nosso Capelão.

Em novembro de 1950, Frei Lúcio foi nomeado guardião e reitor do Seminário de Ipuarana. Ele autorizou o Irmão Bertino a nos ajudar, e acrescentou: “Nós formamos uma família”. Em pouco tempo apareceu o Irmão Fidelis que se apresentou como encadernador. Como sucessor de Frei Ricardo, assumiu o ofício de Capelão, Frei Bertino. Sendo construtor, coube a ele concluir a Capela. No dia 8 de agosto de 1953, foram inauguradas as capelas. Elas foram benzidas por D. Anselmo que também celebrou a Eucaristia.

Nestes últimos dez anos o florescimento vocacional tem sido constante. Atualmente a comunidade consta de 18 professas, 5 junioristas, 3 noviças e 3 postulantes.

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